quarta-feira, 21 de maio de 2014

Um dia a primavera chega




Sabe aqueles dias difíceis que você não quer ver nem ouvir ninguém, mas que por questões de obrigações você precisa sorrir, dá bom dia, e ainda dizer que esta bem, mesmo não estando. Vou nem comentar sobre ir trabalhar como se não tivesse uma tempestade no seu peito desde que saiu da cama.

Carrega o dia nas costas, em passos de tartaruga, já que a hora custa a passar. Tudo é injusto nesse dia. Põe aquele CD novo, que não carrega nenhuma lembrança, tentando acalmar os ânimos. Tentativa inútil, a música conta sua história. Quer morrer. “Calma, não desista agora”, diz seu subconsciente. Pelo menos ainda tem um, poderia ser pior (eu e minha posivitivade absurda).

Eu sou uma estranha, yes, vou vivendo e levando isso comigo. Internalizando tudo. Não quero ninguém tentando entender algo que às vezes nem eu mesma entendo. Essas minhas crises existências fazem parte de mim, meio que um auto-conhecimento. Talvez até chore, meu travesseiro já sabe como é. Passo a noite num temporal, que no dia seguinte nem sempre tem sol. Porém, levo a esperança de que os meus melhores dias estão por vir.

Faço minha prece. Prece pro meu Deus interior. A vida é dura pra todo mundo, cada um tem sua maneira de superar as dificuldades e as dores internas. Hoje em meus dias nublados eu só queria um colo. O colo. Não vou dizer que é injustiça não te-lo, prefiro afirmar que é assim porque tem que ser. Saberemos o propósito disso tudo no amanhã. Deixa doer. Machucar. Um dia a primavera chega. O mês de setembro também.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ser infinita



Estou certa de que tentei em busca de aceito. Sai limpa. Ilesa. Hoje, caminho firme, deixando o vento bagunçar meus cabelos como quem vive sem medo. Sem repressão. Fui na lua mas já estou de volta. A humanidade tá de bem comigo. Achei incrível que uma vez ou outra me dizem “bom dia”. Como a sensibilidade me fez falta.  

Os planos mudaram de lugar. Ia cortar o cabelo, decidi manter. Decidi que quero ele inteiro. Cheio. Menos feio. Até batom andei usando.  Quantas consequências numa única decisão. Abdiquei, porém tenho mais.

Surpresa pra mim foi uma bagunça, um tumulto que vem me invadindo. Como a surpresa de um novo verso. A delicadeza de um poema. Deixo que tudo isso me guie. Estou sem forças pra lutar contra tudo isso. É forte. Deixa vencer. Num futuro próximo espero a calmaria em desespero. Um grito de socorro na libertação. Um fator que firme meus pés no chão e me faça caminhar.

Talvez eu até queira muito. Tenha uma ousadia no querer. Ouso querer amar além de mim. Ouso fazer feliz quem me faz. Não quero demais. Quero mais. O suficiente pra caber nos dias. Quero a solidão em par. Quero estragar poemas tristes. Quero deixar marcas eternas. O perfume de flor, quero que exale até a alma. Quero sem infinita.

Os números que carrego são longos. Infinito vs Infinita. Minha intensidade ultrapassa fronteiras. Caminhei em direção contraria sem sair do lugar. Fui longe. Estou longe do alcance de muita gente, porém perto da liberdade. Fiquei.  Tentei voltar, estava presa. Mãos e pés dados. Foi ai que me achei. Foi ai que me perdi.